EDUCAÇÃO E MEDIAÇÕES
A revolução industrial, iniciada no final do século XVIII na Inglaterra, teve profundos impactos no processo produtivo, nas questões sociais e econômicas. A máquina tornou-se o braço forte do trabalho. Homens e mulheres migraram do campo para áreas urbanas. Londres bateu recordes de crescimento demográfico: de 988 mil habitante em 1801 para 2 milhões e 366 mil em 1851. Em razão disso, a noção de planejamento urbano entrou em colapso e os serviços públicos ficaram caóticos.
A Concepção capitalista de trabalho e produção forjou maneiras de pensar e modos de relação do homem com seu semelhante, com inegável influência na forma de educar. O pensamento industrial coloca o homem menos favorecido na condição servil de obediência monocórdica. Não existe o diálogo, não existem as questões sociais, não existem as aspirações individuais. O “homem” é o centro do mundo. A partir daí, a educação volta-se à formação para o trabalho e os seus estudos ficam atrelados a um dualismo, no qual, a idéia era de que o processo formatava-se unicamente pela atuação do professor sobre o aprendente, como instrumental comportamental e ideológico.
Todavia, uma nova perspectiva que vivemos hoje rompe com essa concepção e mostra que as mudanças que se vêem na sociedade quando os jovens apropriam-se das tecnologias de informação e comunicação, provocam uma rearticulação com as hegemonias, que, desde o século XIX, fazem da cultura um espaço estratégico. As invenções tecnológicas no campo da digitalização refazem o sentido que vai tornar a mediação o seu ponto alto, levando para as atividades na sociedade e na escola novos mecanismos de poder e negociação.
É possível aferir novos olhares, pois a comunicação e a educação são questões de cultura, sujeitos e atores e não somente de estruturas tecnológicas e ideologias, percebendo-se, então, que não é meramente uma lógica de reprodução, mas essencialmente de produção. Em vez da ideologia, nota-se agora o estabelecimento do pensar hegemônico negociado, no qual, a lógica que sustenta a produção de conhecimentos aporta-se nas práticas culturais, sociais e educativas que produzem o sentido. Hoje, os usos das novas tecnologias pela geração da cibercultura, mostram que as idéias de Freire, Vygotsky, Montessori, Rubem Alves e tantos outros são inteiramente atuais e necessárias à educação.
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Rosita
18/10/2008 - 14:32:08
Eugênio, você está certíssimo quando diz que hoje, "o uso das novas tecnologias pela geração da cibercultura, mostram que as idéias de Freire, Vygotsky, Montessori, Rubem Alves e tantos outros são inteiramente atuais e necessárias à educação". Como diz Luis Rogério Moraes, diretor Unip e o Mackenzie "O uso da tecnologia no ensino é um caminho sem volta" sendo no mmento atual imprescindíveis à educação. No endereço http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=11965 tem um texto muito bom abordando a questão. Legal seu escrito!