Eugênio Cunha: Escola, indisciplina e afetividade





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O DIA

Rio - A educadora Maria Montessori dizia que a disciplina não é amor, mas pode ser um caminho indispensável para alcançá-lo. Ela educava crianças desprovidas de amparo social usando como o maior recurso a afetividade, mesmo diante de frequentes casos de indisciplina, numa sociedade violenta marcada por guerras.

A indisciplina é um dos grandes problemas da Educação. Ela não começa na escola, pois os motivos que a fazem existir estão além da sala de aula. Há visível ligação entre a indisciplina escolar, a falta de limites na família e a violência na sociedade. Filhos podem ser estimulados à violência por pais violentos ou por uma sociedade desprovida de atributos elementares que garantam uma educação cidadã. 

Nessa realidade, jovens e crianças tendem a ser mais suscetíveis a comportamentos agressivos. São, assim, incitados a ter atitudes  cada vez mais intolerantes, tornando-se, então, alunos indisciplinados e violentos. É o que observamos quando analisamos casos de violência estudantil. É cada dia mais evidente a sensação de que a relação entre sociedade e escola é interativa: uma reproduz a outra. 
Como podemos mudar esse quadro? Acho que um caminho foi apontado por Montessori. Para tal, torna-se essencial educar com amor, quando educar também exige disciplina. A questão é a dosagem certa de prazer e obrigação, liberdade e austeridade. Na verdade, disciplina sem amor e amor sem disciplina são caminhos que podem favorecer a transgressão e a violência. É necessário desenvolver no aluno o desejo pela disciplina como um benefício para seu crescimento humano e acadêmico.

A disciplina escolar deve ter o atributo do retorno espontâneo à ordem e não da imposição da autoridade que apenas pune. É necessário que os professores sejam mestres tanto dos conteúdos que lecionam, quanto da afetividade que podem propiciar. É necessário que os pais sejam educadores além de genitores, para que toda correção seja um ensino e a disciplina expresse também o amor. Decerto, é primeiramente na família que o aluno toma contato com as regras do comportamento social. É na família que o aluno aprende a reconhecer a autoridade do professor, porque aprende a reconhecer a autoridade dos pais. 

Eugênio Cunha é autor do livro ?Afeto e aprendizagem?

Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/opiniao/2015-08-14/eugenio-cunha-escola-indisciplina-e-afetividade.html





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