SOBRE FRACASSO E SUCESSO ESCOLAR





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Ao deixar de fora no processo educativo a liberdade, a livre escolha, o livre acesso, a promulgação da autonomia, dentre tantos outros pilares da educação, a escola excluiu de forma pragmática o afeto que motiva aluno e professores nas relações de ensino e aprendizagem. Muita história foi construída no mundo durante os anos, reordenando a relação do homem com sua sociedade, sua família, seu trabalho e com a escola. A escola precisa ser capaz de amoldar-se às mudanças. Mas tornou-se pungente o fato de que, em certo modo, ela sempre foi uma reprodução do modelo da sociedade dominante, uma reprodução do poder que veio para contrapor-se às desigualdades, mas que as legitimou; que veio como uma alternativa à dominação vigente, mas que a reproduziu, criando novas vias de alternativas, mas que caminharam pelas antigas, reproduzindo o mesmo amálgama que pretendia substituir. Isto porque não se fundamentou naquilo que é essencial à educação, como recurso do homem à superação de si mesmo e dos seus limites em busca de igualdade: o amor.

É verdadeira a contribuição de muitos educadores durante todo esse tempo, como um movimento que surgiu das entranhas de um rio que se recusou a manter-se estagnado, por ser ele rio, por ser ele fonte. Se a escola é um modelo de resiliência e de sucesso, deve-se ao fato da superação dos seus atores. Sem abranger um campo demasiadamente vasto, mas apenas considerando a escola no Brasil, hoje, o que de melhor ocorre em sala de aula foge da ingerência de um grupo ou classe dominante: é o resultado de uma convivência quase solitária de professores e alunos, privilegiando as relações afetivas com o saber. Nessas relações, o que nos faz ir à escola para ensinar e aprender, o que nos apraz e o que é de propriedade do nosso amor passou a ser matéria obrigatória para a superação da nossa incompletude.

Durante anos, aqueles que vivenciaram uma educação no amor, aprenderam que na perseverança ensina-se pela experiência; a experiência é dádiva do tempo e o tempo despojo das suas conquistas.

Percebe-se que quando se fala em fracasso na educação é porque durante décadas o afeto e o interesse de quem ensina e de quem aprende ficaram fora da sala de aula, proporcionando o tecnicismo, a dicotomia entre razão e emoção, o reducionismo arbitrário e a aferição do valor do conhecimento mais pelo seu individualístico poder de trânsito no mundo, do que pelo seu poder de satisfação pessoal no compartilhar de saberes.

 





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