Um pouco de mídia, educação e escola
Supõe-se que a atuação das mídias segue os mesmos rumos sugeridos por muitos educadores como Paulo Freire, que condicionava a comunicação e a educação a uma prévia leitura de mundo do sujeito. Educação esta que se torna dialógica e comunicacional. Educar é impregnar-se de sentidos, certamente, comunicar também o é. Da leitura de mundo do telespectador dar-se-á a percepção dos sentidos que o fazem audiência cativa. Da leitura de mundo do aluno dar-se-á a condição de educá-lo, mas diferentemente das mídias que buscam aprisioná-lo, a educação o fará autônomo para pensar por conta própria. Dos sentidos, encontrar-se-á a contextualização que permite a descoberta do aprendente.
A comunicação sempre representou uma preocupação do homem. Em razão dessa necessidade, o homem estabeleceu sua linguagem não de forma inflexível. Ao contrário, em razão da própria comunicação, ela adquiriu matizes dinâmicos, imbricados de significados sociais. Mudanças no ambiente social permitem ingerências na linguagem. Com efeito, a propaganda imagética e colorida dos dias atuais longe está de ser tautologicamente a tela estática e irremovível do início da TV. Obviamente, a escola dos nossos dias não pode ser uma réplica da escola do século XIX. Os heróis da TV, antes calcados na dramaturgia clássica, são inspirados no sujeito urbano. O mesmo sujeito que é consultado permanentemente nas pesquisas que antecedem a veiculação de um programa: o oráculo das mídias, oculto no receptor. Esse sujeito é o mesmo que freqüentou ou freqüenta a escola. Decerto, ele possui uma leitura da escola e do mundo que não deve ser ignorada por nós educadores.
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Eugenio Cunha
11/10/2009 - 08:50:51
Você tem razão, Adolfo, perfeita sua colocação. As novas tecnologias inteligentes de comunicação possibilitaram ao leitor-receptor essa condição, que democratiza a notícia e traz um pouco mais de transparência nas relações entre as mídias e o público. um abraço e continue escrevendo aqui, eugenio
Adolfo
10/10/2009 - 23:43:41
Muito interessante está postagem, só gostaria de acrescentar uma outra coisa que tenho percebido, o papel das mídias alternativas, onde o atual espectador pode também fazer sua própria noticia, a partir de alguma fonte, outrora o leitor passivo do jornal estava limitado a endossar aquela noticia, o que hoje é diferente, visto que ele mesmo pode dar sua interpretação da noticia em blogers, twiters, orkut, etc. tornando-se ativo e um critico melhor.