Sobre o novo livro





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Autismo e Inclusão

O que pretendemos tratar nesse livro, sem a ilusória pretensão de esgotar o assunto, são algumas práticas educativas em uma abordagem psicopedagógica. Compreendemos que um estudo sobre um tema de tamanha complexidade, mas tão pertinente à educação, não poderia deixar de ressaltar o que dizem as pesquisas médicas com referência ao quadro clínico da síndrome. Entretanto, achamos mais apropriado dar maior ênfase ao trabalho pedagógico, com a intervenção da Psicopedagogia, como ajuda aos professores de escolas inclusivas ou especiais e também aos pais.

É preciso primeiro conceituar a palavra “intervenção”, que usamos algumas vezes nesse trabalho. A intervenção que propomos se aplica a situações disruptivas que estorvam os processos de aprendizagem. O psicopedagogo intervém na situação e não no indivíduo, já que este último é o gestor do seu aprendizado. Mais importante que a sugestão de exercícios específicos é a comunicação da essência que deve haver em cada atividade, que precisa atender as distintas necessidades do aluno, possibilitando ao professor expressar sua criatividade com sensibilidade e amor. Percebe-se que a criatividade e a sensibilidade norteiam movimentos que visam tornar o espaço escolar essencialmente afetivo, para professores e alunos.

Verificamos na prática docente as dificuldades que há para a elaboração de um currículo com atividades adequadas e funcionais. O que é mais importante fazer? Como cativar a atenção? É possível educar? É possível aprender? Essas indagações, apesar de comuns, revelam o desejo de proporcionar uma educação prazerosa e com qualidades sociais, acadêmicas e afetivas, que ofereça maior autonomia.

As abordagens pedagógicas em pessoas com autismo são de base comportamental. No entanto, não visam aprisioná-las a condicionamentos específicos, antes, tentam livrá-las das limitações comportamentais que lhes trazem dano.

O autismo requer do professor estudo, preparação e dedicação. Para além da condição limítrofe do autista estará a sua condição humana e os seus atributos e natureza de aprendente. Para além das nossas atribuições de ensinantes, estará a nossa capacidade de educar pelo nosso exemplo e amor.

No final da leitura, será possível perceber que a essência e os conceitos que fundamentam as práticas educativas propostas neste livro aplicam-se em qualquer contexto da educação e são adequados a qualquer aluno. Esta conclusão foi um dos motivos que me levaram, como educador, a pesquisar o autismo, porque a inclusão escolar começa na alma do professor, contagia seus sonhos e amplia seus ideais. A utopia pode ter muitos defeitos, mas, pelo menos, uma virtude tem: ela nos faz caminhar.





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