Comissão anistia Paulo Freire e viúva receberá indenização
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça considerou nesta quinta-feira, por unanimidade, o educador pernambucano Paulo Freire como anistiado político. Com isso, a viúva de Freire receberá uma indenização de 480 salários mínimos, desde que respeitado o teto de R$ 100 mil.
A audiência pública foi realizada como parte da Caravana da Anistia, durante o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, promovido pelo Ministério da Educação, em Brasília.
´Estamos caracterizando o pedido de desculpas oficiais pelos erros cometidos pelo Estado contra Paulo Freire´, declarou o presidente da comissão, Paulo Abrão, ao final da sessão. Ele considera que há ainda muito a fazer, uma vez que há suspeitas de que arquivos, principalmente dos serviços de inteligência das Forças Armadas, ainda não tenham sido entregues ou tenham sido destruídos.
Segundo ele, os documentos de inteligência encontrados queimados na Base Aérea de Salvador são uma prova de que há ainda muitos arquivos não abertos ´apesar de que, tecnicamente, todos devessem estar [abertos] desde o Projeto Memórias Reveladas, criado pela Casa Civil´, disse Abrão.
´Nesse aspecto, Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai estão muito melhores do que o Brasil´, acrescentou.
´Ainda que esses documentos apresentem uma visão deturpadora da realidade, eles são necessários para fazermos justiça com as tantas vítimas da ditadura brasileira´, disse o presidente da comissão após a sessão pública que anistiou o educador.
Folha Online
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